Elas eram simples galinhas, que andavam ciscando no galinheiro.
Elas eram muitas, mas havia uma em especial que era um tanto estranha.
Muito grande, desengonçada, as asas eram imensas, muito diferente das outras.
Ela veio pequena para o galinheiro, trazida pela mão do homem que as alimentava.
Chegou machucada, depenada.
Com o passar do tempo ela curou-se e as penas novas cresceram. Mas era muito diferente das
galinhas do galinheiro.
Um dia veio alguém que disse ao homem que aquilo não era galinha e que não podia estar ali.
Levaram-na para o telhado e disseram algumas coisas a ela.
- Vai, voa. Voa.
Mas a tal galinha saltou e se foi juntar as outras.
Mais uma vez chegaram e a levaram para mais longe e se ouvia dizer:
- Voa.
Novamente ela voltou ao galinheiro.
Mas o que queriam com aquela coisa sem graça? Somente ela era levada, talvez por ser diferente queriam que ela fosse embora dali.
Mais uma vez vieram e a levaram para o alto da montanha, mas nesse dia colocaram algo nos olhos dela e só lá em cima é que tiraram.
Todas as galinhas viram quando ela alçou voo e foi em direção ao Sol.
Todas ficaram sem saber o que estava acontecendo.
Aquela galinha estranha estava indo em direção ao Sol, voando com suas imensas asas, soltando um som no ar que parecia dizer:
Eu Sou Águia. Eu Sou Liberdade.
O galinheiro nunca mais foi o mesmo, pois as galinhas começaram a tentar de alguma maneira voar como aquela desengonçada.
Os voos eram curtos, nada que as fizesse entender o que a águia sentia.
Por isso elas vivem olhando para o céu, uma hora com um olho outra com o outro, sempre tentando ver na imensidão do céu se avistam a águia, pois quem sabe se ela as ensinaria a voar.
(desconheço autor)
Nenhum comentário:
Postar um comentário