Bloguinho da Zizi

sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Glitter Text @ Glitterfy.com

Glitter Text @ Glitterfy.com

Vou ..........................

http://osorrisodogato.files.wordpress.com/2008/12/meditacao.jpg

Deixo aqui o meu carinho a todos que me visitarem nestes próximos dias.
Estarei meditando.
Paz a todos.
beijinhos
Zizi

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Este selo vai especialmente para um Lobo que tem um jeito muito peculiar de ser.
Olha lá Lobo, o teu selo é especial.
Vais continuar amuado?
Leva lá teu selinho e aproveita para tomar um café comigo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ganhei meu primeiro selinho.
E, pelo que entendi devo indicar 10 blogs para recebê-lo e, meu Deus, definir o próprio blog em 10 palavras.


Vou tentar:
Alegria - pois reflete a pessoa que sou e sempre tento levar um pouquinho de alegria aos corações dos que me cercam
Colorido - que, para mim faz parte da alegria
Sinceridade - mesmo que as palavras não sejam as minhas, sempre coloco o que vai no meu coração. Que bom que alguem pensa como eu, e ......consegue se expressar.
Amizade - com este blog aumentei minhas amizades e quem precisar de mim - aqui estou
Descontraido - tem de tudo, rsrsrs
Gente tem 5 e não consigo falar mais nada.
Vou parar por aqui.
O que tenho a dizer é que a intenção era levar alguma informação, mas estou aprendendo muito mais do que poderia imaginar e por isso sou grata a todos que me seguem e a todos que sigo.

Dedico o selinho aos seguintes blogs:
1. Discontos de fada
2. Ela fala e sai andando
3. Palavras de Osho
4. Spa terapeutico Essencial Vivere
5. Fábrica de Humor
6. Pensamentos holisticos
7. Quiosque do Pastel
8. Saravá
9. Zambeziana
10.Sexto Sentido

Agora é colar o selinho postado aí embaixo.

gratidão a todos

Ganhei este selinho da Blogamiga Marilisa do Blog Penso, logo insisto.
Sou grata pelo seu carinho.
beijo
zizi

”Nos outros sei onde se abriga o coração. 
É no peito - todos sabem disso. 
Comigo a anatomia ficou louca.
Eu sou todo coração- 
ele bate em todo o corpo”. 

(Maiakóski).


segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Medo

http://blogueando.com.br/wp-content/uploads/2009/03/historias-de-terror-palhaco.jpg

"Conta-se que numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto. Sempre que fazia prisioneiros, não os matava: levava-os a uma sala onde havia um grupo de arqueiros de um lado e uma imensa porta de ferro do outro, sobre a qual viam-se gravadas figuras de caveiras cobertas por sangue. Nesta sala ele os fazia enfileirar-se em círculo e dizia-lhes, então:
- "Vocês podem escolher entre morrerem flechados por meus arqueiros ou passarem por aquela porta e por mim serem lá trancados".

Todos escolhiam serem mortos pelos arqueiros.
Ao terminar a guerra, um soldado que por muito tempo servira ao rei dirigiu-se ao soberano:
-Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
-Diga, soldado.
-O que havia por detrás da assustadora porta?
-Vá e veja você mesmo.

O soldado, então, abre vagarosamente a porta e, à medida em que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente... E, finalmente, ele descobre, surpreso, que... ...a porta se abria sobre um caminho que conduzia à LIBERDADE !!!

Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar?
Quantas vezes perdemos a liberdade e morremos por dentro, apenas por sentirmos medo de abrir a porta de nossos sonhos?

domingo, 25 de outubro de 2009


Trocaria a memória 
          de todos os beijos 
                que me deste 
                      por um único beijo teu.  
E trocaria até esse beijo 
         pela suspeita de uma saudade tua, 
                      de um único beijo que te dei.


Miguel Esteves Cardoso

Canção da plenitude


Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)
O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

Lya Luft

Abraçando a imperfeição


Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. 
E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.
Naquela noite , minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai
fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas sim de ter olhado para ele enquanto lambuzava a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:
- " Querida, eu adoro torrada queimada."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.
Ele me envolveu em seus braços e me disse:
- "Filho, sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém.
A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou um melhor empregado, ou cozinheiro!"

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

(desconheço o autor)

Dançando



Dançando muito
Dançando solto
Dançando bem diferente
Dançando curto
Dançando torto
Jogando o corpo pra frente
Dançando estranho
Dançando lindo
Dançando muito contente
Dançando funky
Dançando samba
Daçando diversamente
Quero porque quero e não espero para começar
Danço porque danço e não descanso até o sol raiar
Dançando certo
Dançando louco
Dançando contra a corrente
Dançando leve
Dançando brusco
Dançando assim simplesmente
Dançando lento
Dançando justo
Dançando rapidamente
Dançando solo
Dançando junto
Dançando com toda gente
Quero porque quero e não espero para começar
Danço porque danço e não descanso até o sol raiar
(Adriana Calcanhoto) 


Experiências



"PARA SER O QUE SOU HOJE, 
FUI VÁRIOS HOMENS. E, 
SE VOLTO A ENCONTRAR-ME COM OS HOMENS QUE FUI, 
NÃO ME ENVERGONHO DELES, 
FORAM ETAPAS DO QUE SOU. 
TUDO QUE SEI 
CUSTOU AS DORES DAS EXPERIÊNCIAS. 
TENHO RESPEITO PELOS QUE PROCURAM, 
PELOS QUE TATEIAM, 
PELOS QUE ERRAM. E 
O QUE É MAIS IMPORTANTE, 
ESTOU PERSUADIDO DE QUE 
MINHA LUZ SE EXTINGUIRIA 
SE EU FOSSE O ÚNICO A POSSUI-LA." 
(GOETHE)

As rosas não falam


Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim

(Cartola)

sábado, 24 de outubro de 2009

Desejo-lhe





Desejo-lhe coisas 
que encham seu coração 
de beleza, 
alegria e espanto.
                           Coisas 
que o farão gritar e rir,
                   emocionar e estimular.

Desejo a você 
a beleza do silêncio,
a glória da luz do sol,
o mistério da escuridão,
a forma da chama,
o poder da água,
a suavidade do ar, 
a força silenciosa da terra,
o amor que reside na origem
de todas as coisas.

Desejo-lhe ... crescimento e forma e perfume,
       Folha e broto e flor                                       descoberta ou cuidado,
          breve ou preciosa, 
              única.
                  A vida retornando após o inverno.

Desejo-lhe um sono tranquilo, 
com sonhos de campinas, 
              cheias de flores e grama,
de oceanos calmos e salpicados de prata,
de ilhas 
              acalmadas por ondas suaves,
de cidades inventadas por você,
            de conversas descontraídas com amigos,
de estradas que levam a um reencontro, 
                                        de tristeza confortada, de esperança renovada.

Desejo-lhe a alegria de sempre 
                                      ter alguém
com quem compratilhar as coisas.


      Desejo-lhe a alegria de    
        que aquela pessoa 
perceba
como você é por dentro
- e goste de você do jeito que é.

Desejo que você receba muitas cartas:
com uma letra que você reconhece 
 de imediato;
                  com uma letra que você 
não vê há anos;
com uma letra totalmente desconhecida.
Desejo que essas cartas sejam cheias de elogios, 
cheias de ânimo,
                  
cartas de agradecimento e de amor.
Desejo que você receba cartas de desculpas de fabricantes
                                  - com prêmios inesperados.

Desejo-lha a alegria de.....
encontrar seu gato perdido
        conspirando pelo caminho.
Ver sua bagagem chegar segura na esteira
        Abrir uma carta de alguém 
cujo endereço você perdeu.
Ver o rosto de alguém se iluminar ao vê-lo.
                Encontrar o presente ideal.
Tirar seus sapatos elegantes.
Enxergar a pessoa amada no final da plataforma.
Pistaches
Renoir. Caminhar na chuva.

Desejo-lhe a felicidade 
de sempre ter algo para dar;
- surpresa, carinho,
- bolinhos fresquinhos,
livros, plantinhas e maçãs,
- uma ajuda na arrumação,
 uma ida às compras, comida para os gatos,
um ouvido atento
- conforto - tempo.

Que todas as suas gentilezas sejam lembradas 
e seu erros, perdoados.

            Desejo-lhe tempos tranquilos 
de esperança e lembranças.
E sonos brandos como as águas de um riacho.

Desejo-lhe a alegria das estradas
- estradas ao longo de matagais,
             vielas com árvores enfileiradas,
trilhas verdes perdidas e escuras,
                 primavera velada e flores azuis, 
gritos de maçaricos, 
cotovias suspensas no ar claro e limpo.
                   Estradas que terminam em encostas de mar,
a estrada para Roma, a estrada para o mar,
a estrada para as Ilhas.
.... a estrada para casa.

Desejo-lhe a alegria
do controle total -
de seus músculos, 
de um barco, de uma bicicleta, de um cavalo, 
da pintura e da tela,
do liso e do ondulado, das massas, das máquinas,
do cálculo e do francês.
                    De qualquer coisa. De tudo.

Desejo-lhe a alegria do "Entendi! 
Compreendi!"

Desejo-lhe a felicidade 
de tirar os sapatos depois de um longo dia de compras.
- a felicidade de uma
caminhada ou corrida bem-feita.
    - de um espirro que ecoa.
-de um espreguiçar até estalar.
              - de um bocejo que não acaba nunca.

Desejo-lhe a felicidade
de encontrar as palavras certas
... para os que sofrem
...para os felizes com sorte
...para os medrosos ou indecisos
... para quem você ama.

                       Que algo que você realize ou diga 
faça toda diferença
                   na vida de alguém.

Desejo-lhe 
                    antigos amores,
antigos amigos
                          e antigas satisfações.

Desejo-lhe 
               a felicidade do amor,
que não se altera com a mudança
que brilha 
tanto na velhice quanto na juventude.

Desejo-lhe todas as coisas boas
mas, acima de tudo,
desejo-lhe coragem.
                O que quer que aconteça,
acredite em si mesmo 
                          e vá em frente.

Desejo-lhe alegria 
e paz
       e um profundo contentamento.
E sempre,
         sempre,
o Amor.
(Felicidade - Pam Brown)

Se soubesses


Ah! minha criança, se soubesses como a vida fez de ti um presente..
Teu sorriso, teu olhar, teu jeito de falar..
Um certo quê, que não sei, mas que faz meu coração bater mais forte  na certeza de que já estive contigo em algum lugar.
Tua alegria me contagia, tua conversa me realiza.
Tua presença me traz paz.
Ah! minha criança, se soubesses ...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pátria madrasta vil




Tema: 'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ - ano 2008



'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.

Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade.

Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra...

Sem nenhuma contradição!

É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...

Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra?

De que serve uma mãe que não afaga?

E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.

Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?

Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil?

Ser tratado como cidadão ou excluído?

Como gente... Ou como bicho...

Mocho comi



Ao contrário de tantas crianças não cresci ao som dos contos de Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os 7 anões, mas sim de uma historinha contada por minha mãe.
Lembro-me que pedia para que repetisse e repetisse e às vêzes a deixava enjuriada de tanto contar a mesma história.
Aqui vai uma lembrança muito querida da minha infância:


A Carriça – uma avezinha do bosque – estava muito feliz, no seu ninho, construído por ela num dos ramos mais altos de um carvalho. Sentia-se assim tão feliz porque lhe tinha acabado de nascer uma grande ninhada de filhinhos. Cantava, cantava, para eles, a fim de os adormecer, como qualquer mãe carinhosa.
Enquanto ela estava assim, neste enlevo, passou por ali uma Raposa gulosa que imediatamente sonhou com um bom almoço. Muito matreira dirigiu-se à Carriça, nestes termos:
- Olá, comadre Carriça! Estás muito contente, hoje!
- Pudera! Não hei-de estar? Tenho aqui os meus filhinhos junto de mim e canto para os adormecer.
- Aí, é? Então, atira-me para cá um! – respondeu a raposa.
- Atirar um dos meus filhinhos? Nem penses nisso! Tanto que eu gosto deles!!!
- Olha que se não me atiras um, cá para baixo, o meu rabo rabazolão deita o teu carvalho ao chão!!!
A pobre mãe, receando um mal maior, atirou, com grande desgosto do seu coração, um dos carricinhos.
A Raposa imediatamente o engoliu e partiu, nada satisfeita, para outro lugar.
No dia seguinte, à mesma hora, voltou a passar para junto da grande árvore onde se encontrava o ninho da Carriça. A pobre avezinha estava da mesma maneira, a cantar para os filhinhos que ainda tinha.
De novo, a Raposa meteu conversa com a Carriça:
- Então comadre Carriça, continuas contente!!! ...
- " Contente?! " – respondeu-lhe a Carriça. Não sejas má.Canto, mas estou triste e tu bem sabes porquê!!!
- Ora, ora … Atira-me para cá outro! …
- Outro??? … - respondeu-lhe a Carriça toda indignada.
Isso é que eu não faço! Vai-te embora, malvada! Não tens coração!
- Olha que o meu rabo rabazolão deita o teu carvalho ao chão!!! – repetiu a raposa para meter medo à Carriça.
Esta coitadinha, mais uma vez pensou que se o carvalho caísse perderia os filhinhos! Então, chorando, atirou-lhe mais um dos carricinhos.
A Raposa, depois de o engolir, desatou a correr e desapareceu por entre as árvores do bosque.
A Carriça ficou a soluçando, soluçando…
Mais tarde, passou por ali o Mocho Sábio que é muito amigo de todas as aves. Ouvindo o choro da Carriça, perguntou-lhe o que se passava. Esta, pobrezinha, explicou-lhe tudo o que a Raposa lhe dissera e como já tinha perdido dois dos seus filhinhos.
O Mocho , então, respondeu à Carriça:
- O quê? E tu acreditaste que a Raposa seria capaz de deitar o carvalho abaixo?! Ela só diz mentiras! Não tem força para isso! Se ela voltar a passar por cá e te pedir outro dos teus filhinhos, responde-lhe que experimente a ver se é capaz de deixar cair uma árvore tão alta e forte. Está bem? Faz como te digo.
Assim foi. A Carriça, cheia de coragem, esperou que a raposa voltasse!
Mal ela se aproximou, pensando que teria outro bom almoço, já a Carriça estava preparada para lhe responder.
- Que tens hoje, Carriça, que não cantas?! – perguntou a Raposa com voz matreira.
- Não, não canto! – respondeu a avezinha com voz forte.
- Aí, não?! Então se não cantas atira-me cá para baixo um dos teus bebés!
- Isso é que tudo querias, mas não consegues! – respondeu a Carriça bem do alto da árvore!

- Olha que o meu rabo rabazolão deita o teu carvalho ao chão!!! – respondeu de novo a raposa.
- Então experimenta! Vamos ver se és capaz! - disse o Carriça.
Nesse momento, a Raposa compreendeu que ia ficar mal colocada e, então, disse:
- Estás hoje muito sabida!!! Quem te ensinou isso?!
A Carriça com coragem retorquiu:
- Foi o Mocho Sábio!
- E onde está ele? – perguntou a Raposa.
- Olha, está lá ao fundo em cima da rocha grande!
A Raposa meteu o rabinho entre as pernas e correndo disse " por aí me sigo ".
O Mocho estava a dormir, muito refastelado, em cima da pedra.
A Raposa, sem fazer ruído, abriu a boca e, de um trago, comeu-o, sem o mastigar, sequer.
Mas, como o Mocho sabia muito e era inteligente, dentro do estômago da raposa pôs-se a pensar na forma como haveria de sair de dentro do bicho. Tinha que ser mais esperto que a Raposa!
E foi!
Começou a dizer-lhe:
- Ó Raposa, tu de facto, fizeste uma coisa muito importante! Foste capaz de comer o Mocho Sábio!
Todas os bichos e todas as pessoas deveriam saber isso!!! Olha grita bem alto: " Mocho comi! " – de maneira que se oiça lá na aldeia!
A raposa que era vaidosa, fez como o Mocho lhe disse, abriu a boca e gritou:
Mo…o…o…cho comi…i…!
A ave, aproveitando o momento em que a Raposa tinha a boca aberta, saiu-lhe rapidamente da goela, gritando:
- Outro, mas não já a mim!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Viva a vida



Quando de manhã sinto a vida voltando a mim
saio do torpor dos sonhos e me envolvo no sol que desponta.
Respiro a brisa perfumada pelas flores 
e deixo-me levar pelo calor do dia.
A vida me promete momentos iluminados e me abraça,
até que a noite venha 
e comece a me preparar para nos sonhos me embalar.

(Marina Santos)

Divagando



Era uma vez uma boca que vagava pelo mundo a procura de não sei quê.
Subia montanhas, atravessava mares, percorria desertos, enfrentava florestas.
Muito tempo levou nessa busca sem entender o que a levava a essa jornada.
Um dia, cansada, encostou à sombra de uma árvore, junto a algumas flores de delicado perfume.
Não sabe bem quanto tempo passou naquele sono, mas lembra que sonhou com algo que jamais imaginara. Sentiu que outra boca se aproximava e lhe tocava e então foi como uma explosão de sentimentos que ela jamais sentira.
Acordou assustada sem entender nada, pois jamais sentira coisa parecida, quando viu ao seu lado outra boca que a olhava com ternura. Esta lhe sorriu e disse:
-  Não pude me conter ao ver-te deitada em sono profundo. Senti um desejo imenso de chegar mais perto e de tocar-te. Mas o que senti não sei explicar e estou aqui a te admirar.
A boca ainda sonada, não tinha palavras para dizer nada. Era um misto de confusão e euforia. Mas percebeu que achara o que vinha buscar.
Mas a outra boca já não estava mais ao seu lado e como por mágica desapareceu.
E a nossa boca, agora, sai em busca de outra que lhe traga os mesmos sentimentos, o mesmo gosto, o mesmo alento.

Dizem que foi assim que surgiu o beijo.
Por isso as bocas necessitam tantos beijos, pois estão a procura do primeiro.

(Marina Santos)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

http://clotildetavares.files.wordpress.com/2009/07/calendario1.jpg

.......e assim segue a vida.......
um dia após o outro
todos os dias o sol inevitavelmente aparece, 
mesmo que ninguém o veja e, 
todos os dias o sol inivitavelmente se põe.
Alguns se mostram mais alegres outros tristes, uns amargurados e rançosos, outros com sorrisos de orelha a orelha.
.......e assim segue a vida......
querendo ou não .......
gostando ou não.......
........ a vida segue assim........

(Violeta)

Encerrando ciclos



Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. 
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. 
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. 
Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? 
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. 
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. 
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. 
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. 
Deixar ir embora.
Soltar. 
Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. 
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. 
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. 
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. 
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. 
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. 
Encerrando ciclos. 
Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. 
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. 
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
(Sonia Hurtado)