Se não estivesse fora de moda...
Eu iria falar de Amor.
Daquele amor sincero,
olhos nos olhos, frio no coração.
Aquela dorzinha gostosa,
de ter muito medo de perder tudo.
Daqueles momentos
que só quem já amou um dia conhece bem.
Daquela vontade de repartir,
de conquistar todas as coisas...
Mas não para retê-las
no egoísmo material da posse,
mas doá-las, no sentimento nobre de amar.
Se não estivesse fora de moda...
Eu iria falar de Sinceridade.
Sabe, aquele negócio antigo
de fidelidade, respeito mútuo
e outras coisas mais.
Aquela sensação que embriaga
mais que a bebida.
Que é ter, numa pessoa só,
a soma de tudo que às vezes
procuramos em muitas.
Admiração pelas virtudes,
aceitação dos defeitos...
E sobretudo,
o respeito pela individualidade,
que até julgamos nos pertencerem,
sem o direito de possuir.
Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Amizade,
Apoio, interesse, a solidariedade de uns
pelas coisas dos outros e vice-versa.
A união além dos sentimentos
e a dedicação de compreender
para depois gostar.
Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Família.
Sim! Família!
Pai, mãe, irmãos, irmãs, filhos, lar...
O bem maior de ter uma comunidade unida
pelos laços sanguíneos
e protegidas pelas bênçãos divinas.
Um canto de paz no mundo,
o aconchego da morada,
a fonte de descanso
e a renovação das energias.
Família...
O ser humano
cumprindo sua missão mais sublime
de seqüenciar a obra do criador.
E depois...
Eu iria até, quem sabe,
falar sobre algo como...
A Felicidade!
Mas é pena que a felicidade, como tudo mais,
há muito tempo já está fora de moda.
Sabe de uma coisa...
Sinto feliz por estar
tão fora de moda.
E você?
Também está fora de moda como eu?
Espero que sim!
(Maria Montez)
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