Bloguinho da Zizi

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Era uma vez um menino ... que deixou escapar um balão ...






http://www.sandravandoornillustrations.com



Era uma vez um menino que ...
deixou escapar um balão ...
A mão trêmula ...
o vento agreste ...
o medo ...
Um balão que se escapou ...
Um olhar fixo ...
no querer ...
e não ter ...
no desejo de ter e na frustração de não ter ...
Um olhar no balão que escapou ...
apenas e só ...
Um balão que se soltou ...
de uma mão .. 
porque não quis ...
ou porque não houve força para o segurar ...
Tantos balões que já se soltaram ...
e voaram livremente ...
em todo o tempo, em todo o lugar...
Um balão que cresceu ... 
enchendo e preenchendo...
Um balão que encheu na partilha ...
Mas... o balão ... soltou-se ...
Para trás ficou...
Um menino que deixou cair ...
uma lágrima pesada e triste ...
enquanto o balão subia ...
mais e mais ...
É tão tênue o limite entre uma lágrima ...
e um balão que escapou...
Não era um balão apenas ...
era um balão ...
com luz ... 
uma luz imensa ...
Um balão com luz ...
que fez chorar um menino ...
que não teve força para o segurar ...
Um menino que perdeu um balão ...
e um balão com luz ...
que voltou para a terra dos balões de luz ...
Não era um balão qualquer ...
porque esses se rompem ...
à mínima dificuldade ...
Era um balão com luz, que subia alto ...
e não rompia ...
nunca ...
nem na vida, nem no tempo ...
apenas crescendo na liberdade ...
São balões únicos...
As lágrimas do menino ...
não vislumbraram, lá ao longe, a Terra dos balões de luz, que se soltaram ...
de mãos frágeis e de medo ...
É que o menino ...
vive na Terra da felicidade por viver ...

Antonio Ramalho


6 comentários:

chica disse...

Que maravilhoso isso!Faz refletir muito! Tantas vezes temos nossos balões na mão, depois, por força da vida os temos que libertar. Mas sabemos que o fio que nos une, podem ser 3, 4, 6, estão sempre ali, invisíveis, mas presentes. Pior é quando dentre os balões, um deles voa para um caminho ruim.Aí sim, é de chorar! E ele nem consegue mais voltar! beijos,tudo de bom,chica

William Garibaldi disse...

O momento que o balão ficou...
encheu de luz a alma do menino...
Creio que hoje sei disto.
Sei também que os balões com luz... foram feitos para subirem para o infinito...
Não os impeço mais, hoje eu os solto, sem medo, sem apego...
a lágrima que cai é de felicidade.
Gratidão por fazer-me refletir.
Bejus amiga.

Will

Graça Pereira disse...

Quantos balões se soltaram já na nossa vida? Na minha...alguns! Coloridos, cheios de sonhos e ambições...Não tivemos mão para os segurar? Se calhar eram demasiado pesados, mais do que a nossa força...ou talvez eles também procurassem a felicidade...Seria?
Não sei! Restam-me alguns..poucos, os necessários para manter esta luz que é preciso para continuar o caminho...
Voltei ao blogue em dia de aniversário do Zambeziana.
Beijo amigo
Graça

Manuel disse...

Este poema é lindo e fez-me lembrar de tantos balões que deixei escapar!
Beijinho

Maria Luiza disse...

Era uma felicidade tão grande ver balões! E eu que tanto os queria! Pirraçava até para tê-los! Quantos choros na praça! Eles me fascinavam. Ainda hoje ... amo ver balões! Emocionei-me lendo isso! Meu balão de infância, lágimas derramou!

Anne Lieri disse...

Nossa,que belo texto!De emocionar e me fez lembrar muitas coisas tb! bjs,