O louco
Perguntais-me como me
tornei louco. Assim aconteceu:
- Um dia, muito tempo
antes de muitos deuses terem nascido, despertei de sono profundo e notei que
todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia
confeccionado e usado em minhas sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas
cheias de gente gritando:
- “Ladrões, ladrões,
malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram
de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça
do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
- “É um louco!”
Olhei para cima, para
vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol
beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não
desejei minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
- “Benditos, benditos os
ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco!
E encontrei tato
liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança
de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa
em nós.
Khalil Gibran
4 comentários:
Que texto maravilhoso escolheste! Fazia anos( parece) que o tinha lido e nem lembrava bem. Foi legal reler!
Que teu dia seja lindo,bom feriado amanhã! beijos,chica
Olá amiga Zizi. Que bom que voltou a postar. Não tenho tido tempo para trocar ideias e carinhos na blogosfera. Beijos e ótimo final de semana.
Amei esse texto, eu não conhecia, obrigada por me apresentar.
Bjos
Denise
Esse texto é perfeito,hoje em dia existe muita loucura na vida,tanto loucura boa como loucura má,hoje em dia existem mais guerras do que pessoas alegres,mas todos nós temos que ser positivos,apesar de todas as nossas chatices e doenças!! Beijinhos fofinhos!! mundomusicaldacarolina.blogspot.pt
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